A idosa Francisca Alves Feitosa dos Santos, de 77 anos, que erroneamente foi presa em lugar de um homem condenado por tráfico de drogas, planeja entrar com uma ação contra o Estado devido aos traumas que enfrentou.
“Eu quero Justiça para que eles paguem pelo que não devemos. Porque é terrível pagar por um caso que não é nosso”, declarou Francisca.
Conforme o advogado de Francisca, a idosa ainda sofre com dores decorrentes das péssimas condições na Delegacia de Bacabal, que carece de banheiro, cama ou assentos.
“Vamos iniciar uma ação por danos morais devido ao erro judicial, constrangimento ilegal e às sequelas na saúde. Ela tem reclamado muito de dores nas costas, pois ficou sentada a noite inteira. A delegacia é de cimento e raramente fornecem cadeiras para os detentos”, afirmou o advogado Danilo Pereira de Carvalho.
Segundo o advogado, Francisca também continua a sofrer devido à perda de sua sobrinha, Edith, que faleceu assim que soube da prisão da tia.
“A Edith soube da prisão um dia depois, passou mal e foi levada para o hospital. O médico disse que foi um infarto, e acreditamos que teve relação com a prisão. Ela tinha cerca de 45 anos e morreu uma hora antes da audiência de custódia, que liberou Francisca. Era como uma filha”, disse.
A prisão da idosa foi resultado de um mandado destinado a um traficante, cujo nome foi acrescentado equivocadamente ao mandado que originalmente era do traficante. Francisca foi presa ao retornar da roça, onde estava trabalhando para sobreviver. Ao chegar em casa, a polícia a deteve com o mandado e a algemou, levando-a para a prisão.
Quando descobriram que o nome da idosa estava no lugar do traficante verdadeiro, a juíza imediatamente revogou o mandado de prisão. No entanto, dona Francisca já havia passado a noite sem dormir em uma cela, onde enfrentou situações que nunca deveria ter vivido. O estado de Rondônia também será processado.
